Distribuição injusta dos recursos em saúde no Brasil: uma análise da definição de prioridades nacionais

Autores

  • Fabio Ferri-de-Barros The Hospital for Sick Children. PhD student, Institute of Medical Sciences, University of Toronto
  • Andrew W. Howard Departments of Surgery and Health Policy, Management, and Evaluation, University of Toronto
  • Douglas K. Martin Department of Health Policy, Management and Evaluation and the Joint Centre for Bioethics, University of Toronto

Resumo

Este artigo pretende descrever a definição de prioridades nacionais no processo de cuidado do sistema de saúde no Brasil, avaliando o processo com o emprego do marco ético de Administração Razoável e de considerações sobre a equidade, destacadas pela Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS). Buscamos documentos que descreveram o estabelecimento de prioridades dentro do Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS) no site do Ministério da Saúde brasileiro na web. A Conferência Nacional de Saúde (CNS) foi definida pelo Ministério da Saúde como o fórum do SUS para o estabelecimento de prioridades democráticas. A 13ª CNS, 2007 -a mais recente das citadas conferências- constitui o tema deste artigo.
Nossa análise sugere que o processo de estabelecimento de prioridades dentro do SUS não alcançou ainda os padrões éticos de legitimidade e justiça e que a distribuição injusta das instâncias do poder de decisão não alcança realmente as áreas mais pobres. A meta ainda não alcançada da necessidade de hospitais infantis no Brasil, o que significa uma notável falta de igualdade de oportunidades para o desenvolvimento humano e pode ser produto de uma má definição do processo de prioridades e da falta de equidade na representação.

Palavras-chave:

definição de prioridades, saúde pública, distribuição injusta